quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ronald Degen: "Empreendedores de sucesso não se conformam com o mundo e tentam adaptá-lo a si"



No dia 10 de setembro, o empresário Ronald Degen irá ministrar palestra no evento de comemoração pelos 45 anos da regulamentação da profissão de Administrador, no Centro Universitário Newton Paiva, em Belo Horizonte. Autor de livros que se tornaram referência no ensino da Administração, como "O empreendedor: fundamentos da iniciativa empresarial", Degen abordou, em entrevista concedida ao site Pequenas Empresas e Grandes Negócios, a importância da paixão para o sucesso do negócio, entre outros fatores que moldam um perfil empreendedor. Em junho deste ano, o professor participou de Fórum Mineiro de Administração realizado pelo CRA-MG em Uberlândia (foto).

Confira parte da entrevista ao site Pequenas Empresas e Grandes Negócios abaixo:

O que leva as pessoas a empreender?

As motivações são diversas. Não depender do emprego, não ter que se subordinar a chefes, além de ganhar dinheiro.

Empreendedores de sucesso têm um perfil diferente daqueles que não vêem o empreendedorismo como opção de carreira?

Isso é um mito. Na verdade, o que percebo é que os empreendedores de sucesso, assim como pessoas bem-sucedidas que trabalham em outras áreas, têm um descontentamento nato que os ajuda a se destacar do resto. Eles não se conformam com o mundo e tentam adaptá-lo a si. Além disso, possuem grande necessidade de fazer acontecer e não medem esforços para alcançar o sucesso. Vida de empreendedor não é para qualquer um. Pelo menos no início, são no mínimo dez horas de trabalho diário, sete dias por semana.

Existe idade certa para se tornar empreendedor?

O período universitário, dos 18 aos 25 anos, é o ideal. Nessa fase o jovem pode assumir riscos, pode experimentar. Ainda não possui responsabilidade com filhos, com despesas elevadas e pode recorrer à ajuda dos pais. Se o negócio não der certo, ele ainda tem a chance de recolocar-se no mercado de trabalho. A maioria das empresas valoriza funcionários que já tiveram um negócio próprio na juventude. Outra possibilidade, é virar empresário depois da aposentadoria. Nessa fase da vida, muita gente que não suporta a ideia de parar de trabalhar monta uma empresa. Como já tem renda garantida, o negócio vira uma maneira de preencher o tempo, conhecer pessoas, se divertir.

Teoricamente, devido à experiência no mundo empresarial, as chances de um grande executivo tornar-se dono da própria empresa são maiores. Porém, não é o que se observa na prática. Por quê?

As estatísticas mostram que muitos executivos quando tentam abrir uma empresa não se adaptam a estrutura do pequeno negócio. Nenhuma empresa nasce grande, é preciso crescer aos poucos para ter um desenvolvimento sólido. Conheço casos de executivos de renome que trabalhavam em multinacionais e decidiram pedir demissão para ser empresários. Eles compraram o escritório e contrataram a secretária antes mesmo de saber o que iam fazer. Como não houve um plano de negócio, perderam dinheiro logo de cara. Também há executivos que têm capital, desejam ter um empreendimento e estão sempre de olho nas oportunidades, mas não querem largar o emprego formal. Nesse caso, eles se tornam o que chamamos de investidores anjos, ou seja, investem capital e tornam-se sócios em empreendimentos. Encontrar um investidor anjo é o caminho ideal para jovens empreendedores.

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